O Fiagro KNCA11 encerrou novembro com resultado líquido de R$ 21,9 milhões, mais que o dobro do mês anterior. O avanço foi puxado por operações de CRA, que somaram R$ 19 milhões, enquanto os investimentos em Fiagro FIDC contribuíram com R$ 2,9 milhões. A performance foi impulsionada por um evento não recorrente: a amortização antecipada do CRA da Usina Salto Botelho (SBA), cuja recompra gerou um prêmio de R$ 0,07 por cota, totalmente repassado aos cotistas.
No mês, os cotistas receberam a distribuição de rendimentos do KNCA11 nesta quinta-feira, 11 de dezembro, incorporando o ganho extraordinário. A remuneração de novembro ficou em R$ 1,01 por cota. Considerando a cota média de ingresso de R$ 101,77, o retorno corresponde a 0,99% líquido para pessoas físicas. Em termos de referência, o pagamento equivale a 94% da taxa DI do período ou 111% do CDI no critério gross-up para alíquota de IR de 15%.
A gestora destacou como a estrutura da carteira influencia o desempenho do fundo KNCA11. Títulos atrelados ao IPCA refletem, com defasagem, as variações acumuladas dos dois meses anteriores. Assim, os resultados de novembro espelham o IPCA de setembro (0,48%) e outubro (0,09%), ambos modestos, enquanto a projeção para novembro indica inflação de 0,20%. O Boletim Focus aponta IPCA de 4,40% em 2025 e 4,16% em 2026, cenário que sugere inflação comportada.
Enquanto a parcela indexada à inflação teve impacto limitado, a componente pós-fixada se beneficiou do juro elevado. O Copom manteve a Selic em 15,00% ao ano em novembro, sustentando a rentabilidade dos ativos atrelados ao CDI. A gestão avalia que esse patamar seguirá favorecendo os dividendos do KNCA11 nos próximos meses, apoiado por um carrego robusto e por reservas de resultados.
As reservas situam-se entre R$ 0,90 e R$ 1,00 por cota, nível classificado como adequado para manter estabilidade na distribuição. A carteira fechou novembro com 97,0% do patrimônio alocado em ativos-alvo, além de 7,1% em LCI e 5,2% em caixa, equilíbrio que preserva liquidez e flexibilidade tática.
Entre os ativos-alvo, 48,5% estão indexados ao IPCA e 48,5% ao CDI, com diversificação que equilibra proteção inflacionária e ganhos pós-fixados. Essa composição mitiga oscilações de curto prazo e reforça o potencial de geração de caixa. No horizonte próximo, a combinação de inflação moderada e juros elevados sustenta a tese de continuidade de distribuição sólida para o KNCA11.
A interação entre indexadores explica a dinâmica recente do fundo, combinando resiliência pós-fixada e defasagem do IPCA. O monitoramento das próximas leituras inflacionárias será crucial para calibrar o ritmo dos proventos, enquanto a manutenção da estratégia atual tende a preservar o perfil de risco-retorno do portfólio.